23 “‘Amontoarei desgraças sobre eles
e contra eles gastarei as minhas flechas.
24 Enviarei dentes de feras,
uma fome devastadora,
uma peste avassaladora
e uma praga mortal;
enviarei contra eles
dentes de animais selvagens,
e veneno de víboras
que se arrastam no pó.
25 Nas ruas a espada
os deixará sem filhos;
em seus lares reinará o terror.
Morrerão moços e moças,
crianças e homens já grisalhos.
26 Eu disse que os dispersaria
e que apagaria da humanidade
a lembrança deles.
27 Mas temi a provocação do inimigo,
que o adversário entendesse mal
e dissesse: “A nossa mão triunfou;
o Senhor nada fez”.’
28 “É uma nação sem juízo
e sem discernimento.
29 Quem dera fossem sábios
e entendessem;
e compreendessem qual será o seu fim!
30 Como poderia um só homem
perseguir mil,
ou dois porem em fuga dez mil,
a não ser que a sua Rocha
os tivesse vendido,
a não ser que o Senhor
os tivesse abandonado?
31 Pois a rocha deles
não é como a nossa Rocha,
com o que até mesmo
os nossos inimigos concordam.
32 A vinha deles é de Sodoma
e das lavouras de Gomorra.
Suas uvas estão cheias de veneno,
e seus cachos, de amargura.
33 O vinho deles
é a peçonha das serpentes,
o veneno mortal das cobras.
34 “‘Acaso não guardei isto em segredo?
Não o selei em meus tesouros?
35 A mim pertence a vingança
e a retribuição.
No devido tempo
os pés deles escorregarão;
o dia da sua desgraça está chegando
e o seu próprio destino
se apressa sobre eles.’
36 “O Senhor julgará o seu povo
e terá compaixão dos seus servos,
quando vir que a força deles se esvaiu
e que ninguém sobrou,
nem escravo nem livre.
37 Ele dirá:
‘Agora, onde estão os seus deuses,
a rocha em que se refugiaram,
38 os deuses que comeram
a gordura dos seus sacrifícios
e beberam o vinho
das suas ofertas derramadas?
Que eles se levantem para ajudá-los!
Que eles lhes ofereçam abrigo!
39 “‘Vejam agora que eu sou o único,
eu mesmo.
Não há Deus além de mim.
Faço morrer e faço viver,
feri e curarei,
e ninguém é capaz
de livrar-se da minha mão.
40 Ergo a minha mão para os céus
e declaro:
Juro pelo meu nome que,
41 quando eu afiar
a minha espada refulgente
e a minha mão empunhá-la para julgar,
eu me vingarei dos meus adversários
e retribuirei àqueles que me odeiam.
42 Embeberei as minhas flechas
em sangue,
enquanto a minha espada devorar carne:
o sangue dos mortos e dos cativos,
as cabeças dos líderes inimigos’.